Romulo Felippe

De tudo um pouco nos meus três livros inéditos para 2020…

Um drama da Segunda Guerra, uma jornada espiritual e um infantil para os pequenos leitores apaixonados por livros!

Romulo Felippe / Escritor e jornalista

Meus últimos doze meses foram produtivos em termos de escrita – mesmo com uma pandemia atravessando os nossos caminhos (no princípio pandêmico houve uma relutância em me embrenhar na ficção, já que o mundo estava – e está – como a mais inacreditável obra de ficção científica; mas mesmo assim segui em frente). E aqui estou para lhes falar sobre meus três novos livros. Ainda inéditos. E que venha o quarto, encomendado pela minha editora italiana – a Newton Compton – até o final do ano…

Os manuscritos prontos sobre a minha escrivaninha e nas mãos dos meus editores são: “Pássaros Negros na Neve”, “Quando Entrevistei Jesus” e “Mundos Incríveis Além do Nosso”. Livros de segmentos completamente diferentes. A diversidade, aliás, parece marcar esses meus primeiros anos de carreira literária, já que lancei um romance (“O Farol e a Tempestade”, ed. Novo Conceito), uma fantasia medieval adulta (“Monge Guerreiro”, ed. Cavaleiro Negro; “Il Guerriero Templare”, ed. Newton Compton) e uma fantasia juvenil (“Reino dos Morcegos”, ed. Cavaleiro Negro). Ecletismo que, muito provavelmente, herdei das mais de três décadas de jornalismo impresso.

Comecemos pela ordem de escrita: o primeiro manuscrito, já diagramado, inclusive, é o infantil “Mundos Incríveis Além do Nosso”. O livrinho conta a história de uma menina chamada Nicole, uma apaixonada e perspicaz leitora que ama “viajar” nas páginas de um bom livro. Quando se deita, entretanto, a pequena leitora vê os personagens e cenários literários ganharem vida (ela voa em barcos de papel ou sobre o dorso de uma baleia voadora até o alto das constelações). Confesso para vocês: amo essa menininha e sua paixão por livros. A obra é divinamente ilustrada por Samantha Cheah (e isso não é pouca coisa…).

Partamos agora para o segundo livro escrito no segundo semestre de 2019. “Quando Entrevistei Jesus” é, na verdade, um chamado espiritual. Sempre me perguntei, desde jovem, se me fosse possível entrevistar alguém quem eu escolheria. Qualquer um ao longo de história da humanidade. Nunca titubeei em respondeu Jesus Cristo (se duvida, pergunte ao espetacular publicitário Dedrinkson Adame; e, apesar do nosso papo ter sido quase trinta anos atrás, ele lembrará de detalhes como se fosse hoje…).

Pois bem: a convite dos meus sogros lldeque e Vitória, percorri por dias incríveis todos os pontos santos e históricos da Terra Santa. Inclusive na companhia de arqueólogos renomados. Perfiz todos os passos do Mestre. Captei a essência de sua passagem terrena e, com muita humildade, elaborei cerca de 270 perguntas cujas respostas foram retiradas do Novo Testamento. Nas devidas palavras do Filho de Deus. Essa “jornada ao Seu lado” foi imaginada por sete dias e sete noites e confesso, sem nenhum receio, resultou em um bate-papo mais atual do que nunca. Mesmo em tempos de pandemia. É meu lado de fé inquebrantável que vocês poderão conhecer nessas páginas, assim que “Quando Entrevistei Jesus” for lançado.

E, finalmente, falemos de “Pássaros Negros na Neve”. Seria esse, um drama da Segunda Guerra Mundial, meu melhor livro? Vejam as palavras do tradutor João Lopes (ele que traduziu meus quatro livros para o inglês): “traduzir um trabalho tão denso e cheio de alma… uma história repleta de dor, redenção e com doses cavalares de emoção… com cenas descritas dantescas”. Isso anima, não? A obra trata dois períodos importantes no extremo Norte da Itália: as décadas de 40 e 70. Na primeira parte temos uma família montanhesa, que vive isolada junto às Dolomitas – na região alpina – sendo infernizada por nazistas maquiavélicos junto a primeira nevasca do inverno de 1943, em meio ao caos da Segunda Guerra Mundial.

Os eventos trágicos dessa noite, antevéspera de Natal, trará repercussões sérias – feridas incuráveis, até certo ponto – para a próxima geração, retratada na segunda parte do livro nos embalos de 1974. O drama é fechado na terceira parte, quando há um cruzamento entre as duas décadas e as duas gerações, em um final de tirar o fôlego. Dom Cláudio, meu vizinho de cima – intelectual de leitura fina e exigente – mergulhou no manuscrito, a meu pedido. Suas palavras sinceras: “Acabei de ler. Quando cheguei na terceira parte não consegui parar de virar as páginas até a derradeira… gostei imensamente. ‘Pássaros Negros na Neve’ será um best-seller. Qual foi a minha honra ao ouvir suas palavras? Indescritível.

Certamente não posso antever se fará sucesso ou não (e isso Stephen King nos ensina em sua obra “A Escrita”: “A escrita não é para fazer dinheiro, ficar famoso, transar ou fazer amigos. No fim das contas, a escrita é para enriquecer a vida daqueles que leem seu trabalho, e também para enriquecer sua vida”. Só posso lhes afirmar que, escritor raiz que sou, escrevi “PNN” com a alma e o coração. Dei tudo de mim nas 100 mil palavras da obra, já devidamente traduzida para o inglês como “Black Birds In The Snow” e muito provavelmente para o italiano como “Uccelli Neri Nella Neve”. Esperemos!

Para fechar o ano de 2020: se tudo transcorrer como imagino, pretendo entregar até dezembro a obra épica “O Lanceiro Romano” para a Newton Compton. Seus detalhes são, ainda, segredos de Estado (quem sabe guardados a sete chaves nos porões do Vaticano…). Hora de sentar os dedos no teclado e partir para este novo desafio, em fase final de pesquisa.

Para fechar, a pergunta: quando os livros novos serão publicados? Infelizmente a pandemia complicou muitíssimo o calendário de lançamentos, principalmente no Brasil – e as grandes redes de livrarias já vinham cambaleantes já há alguns anos. Mas espero falar sobre as datas em breve. Afinal, um livro – com seus personagens pulsantes – só ganha vida, de fato, quando papel e tinta tornam-se um só na impressão de seus exemplares! Por enquanto ainda dormitam sobre a minha centenária escrivaninha…

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