Escritora e presidente da Academia de Letras analisa, em linda resenha, o romance de Romulo Felippe
Ester Abreu Vieira de Oliveira
– presidente da Academia Espírito-santense de Letras (AEL)
Vitória, ES
“O Farol e a Tempestade é uma obra que nos chama a atenção imediatamente pela capa dominando tons azulados, com luzes espelhadas num céu azul e a imagem de um monumento: um farol.
Dentro, folheando, mais imagens. E um farolzinho nas bordas das páginas. Todo esse exterior agrada. Papel, textura e letras claras. A imagem da capa nos leva a sonhar com o mar e as diversas histórias que envolvem a sua magnitude: piratas, aventuras, descobertas, ilhas, vida marítima.
A palavra tempestade proporciona rever um mundo gótico de fantasmas, de abandono, do passado, de desespero, trágicas aventuras… É uma história realista? Ela nos parece pelas imagens que vai estar dentro da técnica do fantástico pelas palavras que titulam a obra.
E a obra em si é agradável se pergunta quando, nas primeiras páginas, um escritor se duplica num sócio e prenuncia um suicídio. Vai ser aprazível a leitura? Haverá tensão? Inquietos questionamentos!
É de agradável e descansada leitura O Farol e a Tempestade não traz novidade ou reformas de técnicas pós-modernas em seu estilo claro, com precisos detalhes descritivos e equilibrados períodos; informações sucintas. Sejam elas de enfermidades, comportamentos humanos ou acidentes geográficos, instigando a continuar na leitura, a não parar.
A obra apresenta uma linguagem simples, jornalística pelos detalhes, clareza das informações e indica um pesquisador. O enredo intrigante fez-me lembrar os livros de MDLI, que apanhava na biblioteca da igreja e devorava. Eram os lidos em minha juventude, varando a noite, pelo ambiente e pelos envolventes personagens (o escritor e a fotógrafa). Duas profissões que são alma brilhante da obra refletidas nas imagens precisas.
O que há de pessoal nessa fantasia romanesca?”