Autor de Maretenebrae acredita que Romulo Felippe reinventa a narrativa ‘dicotomista’ cristã e que texto da obra remete à Divina Comédia, de Dante Aliguieri
Por L.P. Faustini
escritor
Através de uma aventura histórica pela Europa, Monge Guerreiro narra o caminho de um monge quando a ele lhe é incumbido a tarefa de transportar e proteger – com a vida – uma relíquia cristã de extrema importância. Uma trama que poderia ser mais uma sobre eventos que aconteceram à exaustão no passado se não fosse pelo fato de que, o monge em questão, é um antigo cavaleiro cruzado em busca de redenção divina.
Sem esconder sua religiosidade e fé, Romulo Felippe reinventa a narrativa “dicotomista” cristã, e põe novos olhos (um olhar mágico, sem dúvida) sobre um mal sedento por poder e sangue, representado pela figura de um rei sádico, e um bem dividido pelas memórias do seu passado de luta..
Também a simbologia dos seguidores de Cristo nunca foi tão bem trabalhada em uma obra que se denomina fantástica por autores contemporâneos do gênero, remetendo o texto à Divina Comédia de Dante Alighieri quando colidiram, pela primeira vez, no mesmo mundo, a fantasia (baseada na mitologia greco-romana), personagens históricos e a teologia vigorante da época (e todos os aspectos morais e éticos daí advindos).
É assim, com a receita de um dos maiores nomes da literatura clássica mundial em uma roupa pós-moderna, que Monge Guerreiro nasce para conquistar um espaço exclusivo e mostrar ao mundo que obras com temáticas religiosas ainda podem (e muito) ser o seu livro predileto da prateleira”.