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Resenhas

Resenha de A Garota das Montanhas: “embrenhei-me, como num vício que nunca é saciado, nesta leitura”

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Crítica literária Neia Gava Rocha diz que o diário de Gianna, protagonista de “Pássaros Negros na Neve”, é “inebriante”

 

por Neia Gava Rocha (jornal DaHoraES)

“A garota das Montanhas”, obra escrita pelo escritor capixaba Romulo Felipe, é inebriante. Em suas páginas iniciais, o autor deixa um alerta de spoiler aos leitores: “este diário deve ser lido após a leitura de ‘Pássaros Negros na Neve’ ”.

E assim eu o fiz. Segui as orientações do autor, lendo o romance dramático sugerido. E, é óbvio que, Romulo tinha razão. Afinal, o autor apresenta, de forma detalhada e apaixonante, o diário escrito pela protagonista (tão maravilhosamente delineada como uma jovem forte e destemida) de “Pássaros Negros na Neve”.

Vítima de vários estupros, no dia do seu aniversário e às vésperas de Natal, Gianna viu a sua família morrer. Sua casa foi invadida por homens de Adolph Hitler (quem não conhece este nome e o que ele representou?), em meio à Segunda Guerra Mundial. Antes de provocarem a morte de seus pais, eles a estupraram. Um a um.

Toda essa dor vivida por Gianna foi revelada, detalhadamente, no diário “A garota das montanhas”. Fico imaginado o autor criando a história, traçando os perfis de seus personagens, realizando pesquisas e vivendo em meio ao drama que nos descreve, sofrendo diante de cada cena apresentada.

Esta obra de Romulo me levou, novamente, paras a montanhas da Itália, na década de 1940. Embrenhei-me, como num vício que nunca é saciado, nesta leitura. Entreguei-me ao diário de Gianna. E, mais uma vez, chorei, reli trechos, fiz silêncio.

Embriaguei-me de amor e compaixão. Emocionei-me. Em cada página desta linda obra, encontrei-me e me perdi. Comemorei com os protagonistas, Gianna e Maximiliano, o fim da Guerra.

Romulo, como sempre, cativa o leitor a ir mais longe que suas palavras escritas permitem. Ele proporciona uma verossimilhança com a vida de cada personagem de seus livros.

E, para deleite dos leitores, o autor utiliza uma escrita leve, sem a densidade de toda a dor narrada, com capítulos curtos, que permitem uma leitura suave, viciante e deslumbrante.

Como uma leitora que seguiu a orientação de Romulo, aproveito para reproduzir o alerta de spoiler do autor: “este diário deve ser lido após a leitura de ‘Pássaros Negros na Neve’ ”.

Link da resenha:

Néia Gava Rocha – é Graduada em Letras (Literatura e Língua Portuguesa); Pós-graduada em Letras (FIJ); em Gestão Escolar Integradora: Supervisão, Orientação e Inspeção (UCB); em Educação Profissional e Tecnológica (IFES); em Gestão em Políticas Públicas em Gênero e Raça (UFES); e em Formação Docente para Educação a Distância (IFES). Funcionária Pública. Tutora EAD do IFES. Revisora de textos (livros, trabalhos acadêmicos, artigos, entre outros).Telefone: 028-99923 1271. E-mail: neiavgava@hotmail.com.

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